Os indutores são componentes fundamentais na eletrônica, usados em aplicações como filtros, fontes chaveadas, conversores de energia e muito mais. Neste artigo, vamos explorar detalhadamente as principais fórmulas que regem o funcionamento dos indutores, explicando o significado físico e matemático de cada uma delas.
1. Indutância
Fórmula: \[L = \frac{\mu N^2 A}{l}\]
Esta é a fórmula da indutância de um indutor ideal, que depende de propriedades físicas e geométricas do componente:
- L: Indutância, medida em henrys (H);
- μ: Permeabilidade magnética do núcleo (produto da permeabilidade do vácuo \(\mu_0\) e da relativa (\(\mu_r\));
- N: Número de espiras do enrolamento;
- A: Área da seção transversal do núcleo (em metros quadrados);
- l: Comprimento do caminho magnético (em metros).
A fórmula mostra que aumentar o número de espiras ou a área do núcleo aumenta a indutância, enquanto aumentar o comprimento do caminho magnético a reduz. É uma equação fundamental para o projeto de indutores.
2. Tensão no Indutor
Fórmula: \[v = L \frac{di}{dt}\]
Esta equação representa a Lei da Indução de Faraday aplicada a um indutor. Ela mostra a relação entre a tensão (v) nos terminais do indutor e a variação da corrente (di/dt) que o atravessa:
- v: Tensão instantânea nos terminais do indutor (em volts);
- L: Indutância (em henrys);
- \(\frac{di}{dt}\): Derivada da corrente em relação ao tempo, ou seja, a taxa de variação da corrente.
Interpretação Física:
Um indutor resiste a variações rápidas de corrente. Se a corrente mudar rapidamente, a tensão induzida será maior. Isso o torna útil em circuitos onde se deseja suavizar ou limitar picos de corrente.
Exemplo: Se você aplicar uma corrente crescente muito rápida a um indutor, ele gerará uma tensão significativa nos seus terminais, tentando “se opor” a essa mudança — é o comportamento típico de uma autoindução.
3. Corrente no Indutor
Fórmula: \[i(t) = \frac{1}{L} \int_{t_0}^{t} v(t)\, dt + i(t_0)\]
Essa expressão é a forma integral da Lei de Faraday e descreve como a corrente através de um indutor evolui ao longo do tempo, a partir da tensão aplicada:
- i(t): Corrente no instante ttt;
- v(t): Tensão aplicada ao indutor como função do tempo;
- \(i(t_0)\): Corrente inicial no instante \(t_0\);
- L: Indutância do indutor (H).
Interpretação Física:
A corrente em um indutor depende do acúmulo da tensão ao longo do tempo. Ou seja, a corrente é o resultado da área sob a curva de tensão dividida pela indutância, somada à corrente inicial.
Esse comportamento reforça a ideia de que o indutor “armazena” corrente — ele tende a manter o fluxo de corrente contínuo, não permitindo variações abruptas. Por isso, em circuitos desligados bruscamente, ele pode gerar tensões elevadas (efeito indutivo de comutação).
4. Potência no Indutor
Fórmula: \[P = \left(L \frac{di}{dt}\right) i\]
Essa equação representa a potência instantânea fornecida ou absorvida por um indutor:
- P: Potência (em watts);
- L: Indutância (H);
- \(\frac{di}{dt}\): Derivada da corrente — taxa de variação da corrente;
- i: Corrente que atravessa o indutor no instante considerado.
Interpretação Física:
Observe que o termo \(L \frac{di}{dt}\) é a tensão no indutor. Logo, essa fórmula também pode ser escrita como: \[P = v \cdot i\]
Portanto, a potência em um indutor depende tanto da corrente quanto da sua variação. Quando a corrente aumenta, o indutor absorve energia (armazenando no campo magnético); quando a corrente diminui, o indutor libera energia.
Vale destacar que um indutor não dissipa energia (idealmente), mas armazena e devolve. Isso o diferencia de resistores, que transformam energia elétrica em calor.
5. Energia Armazenada no Indutor
Fórmula: \[w = \frac{1}{2} L i^2\]
Esta equação calcula a energia armazenada no campo magnético de um indutor:
- w: Energia armazenada (em joules);
- L: Indutância (em henrys);
- i: Corrente instantânea através do indutor (em amperes).
Interpretação Física:
Assim como os capacitores armazenam energia no campo elétrico, os indutores armazenam energia no campo magnético criado pela circulação de corrente. Quanto maior a corrente, maior a energia acumulada.
O fator 12\frac{1}{2}21 decorre da integração da potência fornecida ao indutor ao longo do tempo, desde a corrente zero até a corrente iii, assumindo que o processo é gradual e contínuo.
Essa energia pode ser devolvida ao circuito quando a corrente diminui, o que é explorado em conversores de energia, fontes chaveadas e nos sistemas de freio regenerativo em veículos elétricos.
Sobre o Autor
Carlos Delfino
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Um Eterno Aprendiz.
Professor de Introdução a Programação, programação com JavaScript, TypeScript, C/C++ e Python
Professor de Eletrônica Básica
Professor de programação de Microcontroladores.
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